Por Augusto do Jornal
O mundo atual está marcado pelo declínio na qualidade de seus governantes. A começar pelo presidente norte-americano Donald Trump, que desde que chegou à Casa Branca cometeu um grande número de gafes e tomou decisões malucas. Em 2017, Trump chamou a Bélgica de cidade e postou em seu twitter que Paris fica na Alemanha. Além de seus problemas geográficos, é dele o compromisso de campanha eleitoral de construir um muro de separação entre os Estados Unidos e o México, enquanto a humanidade defende a união dos povos.
E pra piorar, dias atrás, Donald Trump determinou mais uma medida polêmica: sobretaxar a importação de aço e de alumínio de países como o Brasil. No caso do aço, a taxação será de 25%; e para o alumínio, 10%. Ao mesmo tempo, o gringo excluiu dessa nova tributação os vizinhos Canadá e México.
As sobretaxas de Trump certamente desagradaram líderes mundiais e pessoas do próprio país, como o presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, Paul Ryan, que declarou: “Há claramente abuso ocorrendo”.
Por aqui, em terras brasileiras, a taxação desses produtos causará grande impacto na economia, nas empresas (a decisão de Trump passa a valer a partir do próximo dia 23 de março). O nosso país é o segundo maior exportador de aço aos EUA. Só a venda do aço para eles representa um terço das exportações brasileiras do produto. E no ano passado, os americanos compraram do Brasil 4,7 milhões de toneladas de aço.
Números à parte, importante é saber que o governo do nosso “querido” presidente Michel Temer quase nada fez para contrariar a decisão de Donald Trump e defender as exportações brasileiras. Para a imprensa, os ministros Aloysio Nunes (Relações Exteriores) e Marcos Jorge (Indústria, Comércio Exterior e Serviços) declararam em comunicado conjunto que a medida do presidente norte-americano trará graves prejuízos às exportações. Alguém duvida? Depois que seus ministros falaram o óbvio ululante, Temer se limitou a receber representantes da OMC (Organização Mundial do Comércio) somente para conversar sobre o tema, sem nenhuma ação de impacto ou de proteção aos trabalhadores e às empresas ligadas ao aço e ao alumínio. Aliás, proteger a classe trabalhadora não está no perfil de Temer, principal autor das leis da Reforma Trabalhista e da Terceirização.
Enquanto Temer treme diante de Trump e corta direitos dos trabalhadores, o bloco da União Europeia ameaça retaliar os Estados Unidos com a imposição de tarifas para produtos exportados aos países europeus, entre eles, o uísque Bourbon e as motos Harley-Davidson.
Outro exemplo positivo de luta contra a taxação do aço e alumínio vem dos sindicalistas do grupo Brasil Metalúrgico, formado por sindicatos, federações, confederações e centrais sindicais ligadas aos trabalhadores metalúrgicos. O manifesto conjunto “Em defesa da produção e do emprego na indústria siderúrgica brasileira” cobra do governo uma posição firme e medidas cabíveis dos fóruns internacionais, como a OMC, contrárias à decisão unilateral do presidente Donald Trump.
Acorda, Michel Temer!
José Augustinho dos Santos, o Augusto do Jornal, é presidente do SEECMATESP, 2º vice-presidente da FETHESP e diretor nacional de Finanças da CGTB