Por Augusto do Jornal
O próximo dia 28 de abril é lembrado como o Dia Mundial em memória das vítimas de acidentes e doenças do trabalho. Além da data específica, foi criado o Movimento Abril Verde, com atividades que servem de alerta, conscientização e luta para reduzir os casos registrados, que não são poucos.
De acordo com os últimos dados da OIT (Organização Internacional do Trabalho), 2,3 milhões de pessoas morrem por ano no mundo devido a doenças ocupacionais e o número de mortes anuais por acidentes de trabalho soma 321 mil.
O Brasil ocupa a 4ª posição no ranking da OIT em casos de acidentes fatais de trabalho, com aproximadamente 4 mil mortes anuais em fábricas, construções e outros locais. É muita gente morrendo por negligência do governo, de patrões, empregados, e das condições em que se exercem as profissões.
Existem outras estatísticas negativas do Brasil, como a da Previdência Social, que revela o tamanho do sofrimento. Só em comunicados de acidentes de trabalho (CAT), no levantamento mais recente, realizado em 2015, foram registrados cerca de 503 mil acidentes laborais.
Em algumas categorias, há maior ou menor incidência de casos de mortes, acidentes de trabalho e doenças ocupacionais. Especificamente, os técnicos que trabalham com maquinários industriais – a exemplo dos elevadores – estão entre as 15 profissões que correm grande risco de acidentes, de acordo com o estudo americano Business Insider, que ranqueou a periculosidade de mais de 970 ocupações. Somam-se aos técnicos em maquinários, dentistas, aeromoças, anestesistas, veterinários, podólogos, pilotos, coletores de resíduos recicláveis e não recicláveis, entre outros.
Números e dados não faltam para demonstrar a gravidade do problema em todos os países. No caso do Brasil, infelizmente, as políticas preventivas são ineficazes, por mais que existam normas regulamentadoras de trabalho divididas em segmentos, leis e mais leis. Aqui quase nada é levado a sério!
Portanto, reduzir acidentes, mortes e doenças no trabalho deve ser a tarefa diária de todos: governo, patrões e empregados. Ao setor patronal, já que é o que mais descumpre regras, fica o recado sobre a importância de investimentos em segurança do trabalho, no lugar de seus futuros prejuízos com possíveis acidentados, por pura falta de prevenção.
José Augustinho dos Santos, o Augusto do Jornal, é presidente do Seecmatesp, 2º vice-presidente da Fethesp, diretor nacional de Finanças da CGTB, e pré-candidato a deputado federal pelo PPL