Por Augusto do Jornal
O que se passa pela cabeça de milhões de eleitores brasileiros que vão voltar às urnas em outubro e escolher o próximo presidente da República? Certamente, desconfiança, decepção e, ao mesmo tempo, esperança em alguém novo, talvez num salvador da pátria.
Todos esses pensamentos difusos que oscilam muitas vezes entre o ódio e o amor foram estimulados por uma alteração brusca no cenário político.
A confiança em Lula, Dilma e outros figurões mais próximos acabou para grande parte de seus eleitores após os escândalos divulgados nas operações Mensalão e Lava Jato. Ao mesmo tempo, existem aqueles militantes fervorosos que acreditam em golpe, em conspiração da Mídia e do Judiciário, em prisão injusta do ex-presidente.
Assistimos então hoje a um país praticamente dividido, não só por mortadelas e coxinhas, mas também por outros, nem tanto adeptos às bandeiras do PT e do PSDB. Os palanques principais das últimas eleições – desde FHC, passando por Lula, até chegar a Dilma – parecem ainda vivos.
Caberá aos eleitores a dura tarefa de separar e conhecer quem é quem, faltando cerca de cinco meses para as eleições. É hora de retomar o fôlego, ajudar democraticamente a reconstrução de um Brasil novo, por mais que a frase possa ser considerada clichê ou chavão.
O voto, meus caros amigos – apesar de obrigatório – é um instrumento forte de mudança, que pode ajudar nessa reconstrução. Uma espécie de antídoto contra a proliferação de uma doença. Não pode, jamais, (o voto) ser trocado por favores individuais ou desprezado pelos toques Nulo ou Branco. E mais, ser ainda inutilizado com a abstenção dos eleitores no dia da votação, como forma de “protesto”.
A responsabilidade é de todos, sim, para dar um basta na sujeira espalhada por anos de corrupção, de mecanismos, e escolher (volto a insistir) bem para presidente.
Tarefa difícil, sem dúvida. Nomes não faltam: pelas contas da Imprensa, já são ao menos 20 pré-candidatos a presidente. Mais fácil do que acertar o nome para presidente é fazer um bolo mesmo sem a receita do lado.
Veja os nomes que não votarei (de jeito nenhum!) e não indico a ninguém: Michel Temer, Jair Bolsonaro, Rodrigo Maia, Ciro Gomes, Aldo Rebelo, João Amoêdo, Flávio Rocha, Paulo Rabello de Castro, Henrique Meirelles, Fernando Collor de Melo, Levy Fidelix, Manuela D´ Ávila e Guilherme Boulos.
E na minha lista de nomes confiáveis, destaco o do pré-candidato João Vicente Goulart, do Partido Pátria Livre, por seu histórico pessoal e familiar (ele é filho do ex-presidente João Goulart, o Jango, deposto do cargo pela Ditadura). João Vicente Goulart tem tudo para seguir o modelo político de seu pai, que não se furtava em defender os mais necessitados, os excluídos. Ele terá a missão de estimular a esperança do povo brasileiro que anda tão sofrido, que precisa acreditar em tempos melhores, com mais equilíbrio social, sem miséria, desindustrialização, devastação dos serviços públicos e terrível insegurança pública.
José Augustinho dos Santos, o Augusto do Jornal, é presidente do SEECMATESP, 2º vice-presidente da FETHESP, diretor nacional de Finanças da CGTB, e pré-candidato a deputado federal pelo PPL