Por Augusto do Jornal
O jornalista Josias de Souza fez uma análise perfeita sobre a recente paralisação dos caminhoneiros, em seu blog no site UOL: “Além da falta de gêneros alimentícios, remédios e combustíveis, o caos que motoristas e empresas transportadoras produziram no país expôs um desabastecimento adicional: faltou governo”.
E falta governo desde que Michel Temer assumiu o posto de presidente da República. Incompetente para dirigir o país, em pouco mais de dois anos, Temer, seus ministros, senadores e deputados aliados são protagonistas de mudanças desastrosas na vida dos brasileiros, entre as quais: o congelamento de investimentos sociais por 20 anos (PEC do Teto), a Lei da Terceirização, a Reforma Trabalhista e a Intervenção Militar no Rio de Janeiro.
No caso da greve dos caminhoneiros – que se estendeu por mais de 10 dias – Temer e sua equipe não imaginavam a força do movimento e, no início, negociaram com alguns representantes dos trabalhadores autônomos, sem chegar a um acordo para dar fim à greve.
A paralisação tomou conta do país, teve apoio maciço da população, o que forçou o governo a ceder bem mais do que queria, com atendimento de extensa pauta dos caminhoneiros. As mídias sociais, em especial o WhatsApp, foram fatores preponderantes para divulgar o roteiro dos caminhões parados.
Lamentavelmente, houve ainda muitos aproveitadores ou gente confusa misturados aos grevistas, motivados por outras bandeiras, como a da “Intervenção Militar” e a do “Lula Livre”. O saldo da greve acabou positivo para os caminhoneiros, negativo para o governo e para esse povo que ergueu bandeiras diferentes.
Quem deu uma mãozinha para Temer acordar, corrigir o rumo da greve, foi o governador de São Paulo Márcio França. Espertamente, o substituto de Alckmin saiu na frente e mostrou aos homens de Brasília como deve ser uma negociação de verdade.
Terminada a greve, o que sobra para todos? A incerteza de que haverá dias melhores. Afinal de contas, no caso específico dos combustíveis, o governo Temer adotou lá atrás uma política equivocada de preços, corrigindo-os de acordo com o mercado internacional, com a cotação em dólar, com os preços dos derivados de petróleo elevados. Soma-se a esses valores, a alta carga de impostos brasileiros. Tudo contribui para que o repasse às bombas nos postos e ao bolso dos que abastecem seus veículos seja inevitável.
A demissão de Pedro Parente, presidente da Petrobras, pode parecer um caminho certo à primeira vista. O fato em si não resolve os problemas do setor. O Brasil precisa de uma Reforma Tributária urgente!
Portanto, caros amigos, não se surpreendam se nos próximos dias ou meses – antes da substituição definitiva do presidente Michel Temer pelo próximo presidente –, assistiremos a novas paralisações nas estradas. Está mais do que provado que Temer é fraco, não habilitado para dirigir corretamente o país, e ainda comete várias derrapadas.
José Augustinho dos Santos, o Augusto do Jornal, é presidente do Seecmatesp, 2º vice-presidente da Fethesp, diretor nacional de Finanças da CGTB, e pré-candidato a deputado federal pelo PPL