Por Augusto do Jornal
As últimas pesquisas eleitorais sobre as eleições 2018 e seus respectivos pré-candidatos revelaram uma tendência preocupante: cerca de 40% dos eleitores ainda se mostram indecisos, ou dispostos a votar em branco, ou anular a escolha na urna eletrônica.
Esse cenário tem relação com a má gestão dos políticos envolvidos em casos e mais casos de corrupção. As investigações da Operação Lava Jato estão recheadas de provas do quanto foi desviado de dinheiro público nas negociatas de empresas de grande porte e de seus executivos, que investiram em candidaturas para obter vantagens, engordar seus lucros.
E por conta do número expressivo dos que vão desperdiçar o voto ou votar errado é que o resultado da próxima eleição poderá ser desastroso. Estamos então muito próximos de colocar no poder (novamente) pessoas incapazes de dar um rumo melhor para o Brasil, como, por exemplo, o deputado Jair Bolsonaro (PSL) – até aqui o líder de pontos nas pesquisas entre os pré-candidatos à Presidência da República.
Bolsonaro é cheio de ideias autoritárias, defende a volta dos militares ao poder, não sabe nada de economia, além de ter posturas homofóbicas. A expectativa dos que estão decididos em votar nele é a de que o ex-capitão do Exército parece o homem certo para colocar a casa em ordem. Os bolsominions – formados na maioria por jovens – são capazes de acreditar que na ditadura há menos violência e menos corrupção. Piada!
Na outra ponta da corrida eleitoral está o pré-candidato João Goulart Filho, do Partido Pátria Livre. Diferentemente de Jair Bolsonaro, o filho do ex-presidente João Goulart (Jango) está preparado para exercer o cargo de presidente. Recentemente, em entrevista à Rede TV, Goulart Filho criticou a Emenda Constitucional 95, do governo de Michel Temer, que congelou por 20 anos os investimentos públicos em Saúde e Educação. De acordo com ele, “o país hoje não atende a sua população nas áreas da Saúde, Educação, Segurança e outras, porque o orçamento está sendo sangrado. São 400 bilhões de reais todos os anos só para pagamento de juros ao sistema financeiro, sem contar a rolagem da dívida. Nosso país remete uma fortuna para o exterior. Só de royalties e remessa de lucros, mais de 175 bilhões de reais”.
João Goulart Filho também disse que “o programa do PPL vai recuperar as indústrias brasileiras, destruídas pela submissão dos últimos governos aos bancos e rentistas e pelo câmbio totalmente favorável às importações. Vamos retomar a produção industrial e criar 20 milhões de empregos em quatro anos. Nossa indústria já respondeu por mais de 30% do PIB. Hoje são só 11%. Com maiores investimentos por parte do Estado – que é o que nós defendemos – os empresários, que hoje estão no mercado financeiro, vão voltar a investir na produção, e a roda da economia vai voltar a girar”.
Já na escolha para o próximo governador de São Paulo, os eleitores também devem ficar atentos para saber quem é quem. O pré-candidato e governador Márcio França (PSB) tem a experiência e o perfil adequados para continuar na administração do Estado mais rico da nação. Durante a greve dos caminhoneiros que durou 11 dias, partiu de Márcio França a iniciativa de fechar um acordo com a categoria, enquanto o governo de Temer vivia dias confusos na negociação com os representantes dos motoristas.
E na minha condição de pré-candidato a deputado federal pelo PPL, estou no mesmo time de João Goulart Filho e de Márcio França. Acredito que o novo presidente da República, o novo governador do Estado, a nova Câmara dos Deputados e o novo Senado deverão ser formados por gente disposta a reconstruir o país, com reformas para a diminuição da desigualdade, que passam pelo aperto aos bancos, a taxação de grandes fortunas, a diminuição dos juros para os mais pobres e a classe média, o aumento do consumo, além da geração de novos empregos. O Brasil não suporta ter quase 28 milhões de trabalhadores ociosos, entre desempregados e subempregados.
José Augustinho dos Santos, o Augusto do Jornal, é presidente do SEECMATESP, 2º vice-presidente da FETHESP, diretor nacional de Finanças da CGTB, e pré-candidato a deputado federal pelo PPL