Por Augusto do Jornal
Com discurso enviesado, pobre de conteúdo, marcado pelo ódio ao PT e aos militantes da esquerda, Jair Bolsonaro (PSL) segue o ritmo de falar sobre temas que desconhece. A ordem é promover em seu governo leis conservadoras, com apoio de bancadas que o ajudaram na eleição para presidente, entre elas, a Bancada da Bíblia, recheada de parlamentares evangélicos.
No início de novembro, em depoimento às redes sociais, Bolsonaro declarou: “Quem ensina sexo é papai e mamãe e acabou, ponto final, não precisamos discutir esse assunto”. O presidente eleito se referia ao Projeto de Lei Escola Sem Partido – de autoria do deputado Flavinho (PSC-SP) – que ele apoia e defendeu durante sua campanha eleitoral. Entre as “pérolas” do projeto, proíbe os professores de expressar suas opiniões, concepções, preferências ideológicas, religiosas, morais, políticas e partidárias. Propõe ainda eliminar conteúdo educacional que trate de ideologia de gênero e o uso das palavras “gênero” e “orientação sexual”.
Lamentavelmente, Bolsonaro e seus comparsas bitolados não sabem ou fingem não conhecer que a orientação sexual nas escolas é fundamental na formação de crianças e adolescentes. Afinal de contas, esse tema na sala de aula não é pornografia. Vejam, por exemplo, um fato recente ocorrido na cidade de Vila Velha, Espírito Santo: uma menina de 11 anos contou à sua professora que estava sendo estuprada pelo padrasto após assistir a uma palestra de educação sexual na escola. O homem acabou preso pelo titular da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente.
Além da proibição de se falar de sexo nas aulas, o Escola Sem Partido não quer permitir que professores eduquem seus alunos a respeito dos partidos políticos, tão presentes na história do Brasil, na história de outros países. Na verdade, como todo o governo ditador com perfil militar, Bolsonaro e sua turma estão dispostos a realizar uma verdadeira “lavagem cerebral” nos mais jovens – assim fica mais fácil governar no futuro, com menos gente raciocinando ou pensando diferente. A história se repete!
Como diz o ditado “desgraça pouca é bobagem”, a ideia do Escola Sem Partido se espalhou pelo país. Em muitas instituições de ensino já existe pressão por parte dos pais para que os professores mudem os conteúdos de suas aulas, de acordo com o que determina o projeto apoiado pelos bolsonaristas. Aí é que mora o perigo: os professores, mal remunerados na maioria das vezes, passaram a ser olhados como “inimigos”.
Tudo isso é resultado de um governo que ainda não assumiu o poder, mas já está fazendo m...... O homem das “caneladas”, Jair Bolsonaro, mal conhece de gestão, foi um deputado federal inexpressivo durante 28 anos, e agora dá pitaco no que se ensina sobre sexo, política e outros temas nas escolas. Ele não quer que falem de partido político, desde que seja somente do partido dele, com medo dos estudantes conhecerem a verdade que há por trás de sua escolha para presidente.
Sou contra o PL Escola Sem Partido, contra a Lei da Mordaça, e a favor da Escola Sem Censura.
O Brasil não precisa de Bolsonaro!
José Augustinho dos Santos, o Augusto do Jornal, é presidente do SEECMATESP, 2º vice-presidente da FETHESP e diretor nacional de Finanças da CGTB