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Notícias 28/11/2024 14:54:37 » Por

Diretoria administrativa da UGT-SP conclama sindicatos a se mobilizarem em defesa de redução de jornada e nova tabela do IR

Central se posiciona favoravelmente às ações que buscam reduzir a jornada de trabalho, bem como apoia a iniciativa do Governo Federal que aumenta faixa de isenção do Imposto de Renda





Da esq. para dir.: Jonathan Faleiros, Amauri Mortágua, Rogério Gomes e Antônio Rogério Magri (Foto: UGT-SP)


Reunida na manhã desta quinta-feira (28) a diretoria administrativa da UGT-SP redigiu um manifesto em defesa da redução da jornada de trabalho e da nova tabela de isenção do Imposto de Renda (IR) - leia a íntegra abaixo. “É preciso que haja uma mobilização nacional, que reúna não somente os sindicatos os trabalhadores que eles representam, mas toda sociedade”, convocou o presidente Amauri Mortágua.


“Já é possível observar uma mobilização grande no sentido de condenar a PEC da deputada Erika Hilton, que extingue a jornada 6x1 e, desde esta manhã, uma série de críticas à nova tabela de isenção do Imposto de Renda. Para combater este quadro, é necessário mobilizar opinião pública”, acrescentou Amauri.


O secretário da Central, ex-ministro Antônio Rogério Magri, destacou que avanços importantes como o 13º salário também receberam críticas quando foram criados. “Existe uma tendência por parte do mercado em criticar ações que tragam benefícios aos trabalhadores. Neste momento, com a redução da jornada de trabalho e a nova tabela do IR, é isso que está acontecendo. Por isso, precisamos nos mobilizar em defesa destas iniciativas”, conclamou.


O tesoureiro da UGT-SP, Rogério José Gomes Cardoso lembrou que as duas medidas podem sofrer interferência e serem desfiguradas por ação política e, para impedir este quadro se concretize, é preciso engajamento de toda população. “Todos os sindicatos devem estar unidos nesta luta. Só assim conseguiremos avançar”, afirmou.


Tesoureiro-adjunto, Jonathan Faleiros lembrou que todas as conquistas sociais e trabalhistas passam por mobilização da sociedade. “Qualquer análise mostra que, em qualquer período da história, sem mobilização popular não existem grandes avanços. Agora, mais que nunca, este tipo de engajamento é necessário, por isso nossa Central está convocando seus filiados para externar externar apoio”, concluiu.


Leia a íntegra do manifesto:


Manifesto pela vida além do trabalho e pela valorização salarial


É inegável que o trabalho é parte fundamental da vida. Que é através do trabalho, e da renda que dele advém, que somamos conquistas e levantamos, diariamente, recursos para nos sustentar e ver evoluir aqueles sob nossa responsabilidade. Mas, ainda que o trabalho ocupe posição de destaque neste amontoado de dias que chamamos de vida, ele não deve ser a régua pela qual se mede e se pauta nossa existência.


Há que se levar mais da vida. Realizações, momentos felizes ao lado daqueles a quem amamos. Pequenas e grandes conquistas. E, para preencher completamente nossa existência, é necessário buscar uma constante evolução. É preciso tempo para investirmos em nosso crescimento pessoal e tempo para auxiliar aqueles que dependem de nós a também extrair mais da existência.


Tudo isso, entretanto, se torna impossível diante de uma rotina laboral massacrante, que consome seis dias da semana e nos lega apenas um para realizar todas estas atividades e, quando possível, gozar um pouco de descanso. Aos trabalhadores deve ser garantindo, como prega a Declaração Universal dos Direitos Humanos, lazer e descanso, com remuneração que lhes garanta vida digna.


E é em defesa deste, que deveria ser um direito básico e inerente a todos, que a UGT São Paulo se posiciona favoravelmente e de maneira firme e irredutível às ações que buscam reduzir a jornada de trabalho, como a, agora, liderada pela deputada federal Erika Hilton, que busca, através de emenda à Constituição, extinguir a cruel jornada 6x1.


Nossa Central, conhecida por seu posicionamento em defesa dos direitos dos trabalhadores, se compromete a defender e propor iniciativas que redundem em uma revisão dos horários trabalhados em nosso estado, garantindo ao povo paulista um calendário no qual haja equilíbrio entre trabalho, lazer e descanso.


A UGT São Paulo torna pública, ainda, sua posição de apoio à iniciativa do Governo Federal que aumentou a faixa de isenção do Imposto de Renda, garantindo que trabalhadores com renda de até R$ 5.000,00 (cinco mil reais) estejam livres do pagamento do tributo.


Essa iniciativa aumenta o poder de compra dos salários e, ainda que condenada por este ente invisível chamado “mercado”, vai ter impacto extremamente positivo na economia nacional. Mesmo com as críticas, oriundas daqueles que não têm interesse no desenvolvimento pessoal das camadas mais pobres da população, a iniciativa é acertada e conta com apoio irrestrito desta Central. É importante lembrar que foi este “mercado” que condenou o pagamento do 13º salário, quando foi criado, alegando que isso “quebraria o país”.


É garantindo salários melhores, com menos tributação e tempo livre que daremos às trabalhadoras e aos trabalhadores deste país em geral e de nosso estado em particular, aquilo que há de mais precioso na vida: a felicidade. Este sentimento efêmero que deve ser perseguido todos os dias e para o qual deve ser dedicada a vida.


Para que haja dignidade, possibilidade de crescimento e, acima de tudo, felicidade, a diretoria executiva da UGT São Paulo firma o presente, declarando sua posição e seu comprometimento com os trabalhadores paulistas e brasileiros e seu direito de viver plenamente, sem que, para isso, tenham que sacrificar seus dias em uma rotina desenhada para masssacrá-los, para exaurí-los até um ponto em que não tenham forças para contestar, para exigir, para cobrar.


Pela redução da jornada de trabalho e em apoio da elevação da faixa de isenção de Imposto de Renda, firmamos.


Amauri Mortágua – presidente
Antonio Rogério Magri – secretário
Rogério José Gomes Cardoso – tesoureiro
Jonathan Faleiros – tesoureiro-adjunto


Fonte: União Geral dos Trabalhadores do Estado de São Paulo (UGT-SP)


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