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Elisson Zapparoli: “Acredito que o mercado chegue a R$50 a R$60 bilhões por ano, gerando perto de R$18 bilhões em impostos”
Os sindicatos de trabalhadores do jogo estão na expectativa e trabalhando para conseguir a aprovação de uma lei que permita o crescimento do número de afiliados com empregos genuínos no mercado. É o caso do Sindicato dos Empregados em Casas de Diversões de São Paulo e Região (SINDIVERSÕES). Seu presidente, Elisson Zapparoli, em conversa exclusiva com o GMB nos brindou com dados contundentes sobre a situação atual.
O SINDIVERSÕES representa os trabalhadores que prestam serviços em Empresas de Entretenimentos, Casas de Espetáculos e Show, Parques de Diversões (Indoor, Terrestres, Aquáticos e Temáticos), Casas de Bingos e Empresas Prestadoras de Serviços, entre outros.
GMB: Na sua visão, qual a possibilidade real de que o Brasil aprove a legalização dos jogos de azar?
Elisson Zapparoli: Apesar das dificuldades, a possibilidade é boa. A mobilização na Câmara e no Senado Federal é constante e a adesão de setores políticos ao projeto cresce a cada dia.
GMB: Quanto dinheiro e fontes de emprego representaria a indústria do jogo legal?
Zapparoli: Acredito que podemos criar por volta de 50 mil empregos diretos e indiretos, com a aprovação do jogo legal. Acredito que, com a legalização, o mercado de jogos chegue a R$50 a R$60 bilhões por ano, gerando perto de R$18 bilhões em impostos.
GMB: Quantos empregos se perderam quando os bingos foram fechados?
Zapparoli: Só na Capital paulista, cerca de 20 mil trabalhadores perderam o emprego quando o bingo foi proibido.
GMB: Qual o tamanho do mercado de hoje ilegal no Brasil hoje?
Zapparoli: Calcula-se que o Estado deixe de arrecadar mais de R$400 bilhões em tributos. Por aí dá para ver o tamanho da clandestinidade.
GMB: Por quê é tão importante que o jogo seja no Brasil?
Zapparoli: Porque vai gerar emprego, vai gerar tributos que se respeitados as diretrizes do projeto que se discute na Câmara e no Senado Federal, vai levar mais investimentos para educação e saúde, principalmente.
GMB: Em sua opinião, o jogo legal ajudaria o Governo a ter mais ferramentas para reverter a crise econômica?
Zapparoli: Ajuda, mas não é só isso. O Brasil precisa definir políticas consistentes que deem garantias para quem quer investir e gerar empregos, não importa em que áreas.
GMB: Como você acredita que deve ser o regime fiscal para o setor, uma vez que o jogo seja legalizado?
Zapparoli: Temos que dificultar a evasão de divisas e a sonegação de impostos. Uma equipe com membros do Governo Federal, Estadual e Municipal. Como seria este órgão, fica para eles definirem.
GMB: Como você acha que o mercado se dividirá após a legalização? Os jogadores internacionais vão direto para os cassinos e apostas online e as empresas locais mais para os bingos e jogo do bicho?
Zapparoli: Acreditamos que todo e qualquer jogador, seja ele internacional ou de nosso país, quando vão frequentar uma casa de jogos, direciona suas apostas em várias modalidades.
GMB: As complicações políticas do atual governo com denúncias de corrupção conspiram contra a aprovação da lei?
Zapparoli: A cada dia aparece um fato novo. A prioridade do governo agora está em aprovar as reformas. Isso vai levar tempo e muita discussão com os setores interessados. Aprovar a legalização de cassinos e bingos não é urgente para o político, mas é importante para empresários e trabalhadores. Por isso, vamos continuar com o nosso trabalho. Uma hora vamos ser o próximo da lista de votação.
Fonte: GMB – Games Magazine Brasil