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Notícias 20/5/2025 16:17:53 » Por Leonardo Lelis (MTB 56291)

Em abril, custo da cesta básica sobe em 15 capitais. Salário mínimo deveria ser de 7.638,62 reais, aponta DIEESE

Estudo aponta um cenário de alta generalizada nos preços dos alimentos essenciais, que pressiona o orçamento dos trabalhadores





(Foto: Divulgação / Freepik)

 

O custo da cesta básica subiu em 15 das 17 capitais brasileiras analisadas pelo DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), conforme divulgado em sua mais recente Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos. Os dados, referentes ao mês de abril de 2025, apontam um cenário de alta generalizada nos preços dos alimentos essenciais, que pressiona o orçamento dos trabalhadores.


Entre março e abril de 2025, as maiores elevações no preço da cesta foram registradas em Porto Alegre (+5,38%), Recife (+4,08%), Vitória (+4,05%) e São Paulo (+3,24%). As únicas capitais com queda foram Brasília (-0,87%) e Salvador (-0,23%).


A cidade de São Paulo segue com a cesta básica mais cara do país, custando R$ 909,25 em abril. Em seguida vêm Florianópolis (R$ 858,20), Rio de Janeiro (R$ 849,70) e Porto Alegre (R$ 834,22). Na outra ponta, os menores custos foram registrados em Aracaju (R$ 579,93) e Salvador (R$ 632,12), onde a composição da cesta é diferenciada.


Salário mínimo deveria ser mais de cinco vezes maior


Levando em consideração o custo da cesta mais cara e a Constituição Federal, que determina que o salário mínimo deve cobrir despesas com alimentação, moradia, saúde, educação, transporte, lazer, vestuário, higiene e previdência, o DIEESE calculou que o salário mínimo ideal em abril de 2025 seria de R$ 7.638,62.


O valor representa 5,03 vezes o salário mínimo oficial, atualmente fixado em R$ 1.518,00. Em março, o valor ideal calculado era R$ 7.398,94. Há um ano, em abril de 2024, o mínimo necessário era de R$ 6.912,69, mostrando uma evolução da defasagem entre o piso real e o necessário.


Tempo de trabalho e comprometimento da renda


O tempo médio de trabalho exigido para comprar a cesta foi de 108 horas e 55 minutos em abril, superando o registrado em março (106h19min). Em São Paulo, foram necessárias 131 horas e 47 minutos de trabalho.


O trabalhador que recebe o salário mínimo comprometeu 53,52% da renda líquida (após desconto da Previdência) só para comprar os alimentos básicos, proporção que sobe para 64,75% em São Paulo.


Principais vilões da alta


Entre os alimentos que mais influenciaram o aumento da cesta básica em abril, destacam-se:


• Café em pó
Alta em todas as capitais.
Destaques: +15,55% em Vitória e +10,22% em São Paulo.
Acumulado de 12 meses: até 137% de aumento (Vitória), devido à menor oferta e clima adverso.


• Batata
Aumento expressivo, principalmente em Porto Alegre (+35,01%) e São Paulo (+11,00%).
Ainda assim, queda no acumulado de 12 meses, reflexo de preços muito altos em 2024.


• Tomate
Subiu em 15 capitais. Em Porto Alegre, a alta foi de 51,99%.
Em São Paulo, o aumento foi de 19,13%.
A colheita foi prejudicada por chuvas e clima ameno, que afetaram a maturação do fruto.


• Carne bovina de primeira
Pequena alta em São Paulo (+0,06%), mas aumento consistente em todas as capitais no comparativo anual.
Destaque para São Paulo: +28,66% em 12 meses.


• Óleo de soja e arroz agulhinha
Ambos registraram queda em abril nas 17 capitais, influenciados por boa colheita e oferta elevada.
Apesar da redução mensal, o óleo de soja ainda acumula alta relevante no ano (ex: +29,60% em São Paulo).


Conclusão


Os dados reforçam a perda de poder de compra da população frente ao custo de vida. Com o salário mínimo oficial cada vez mais distante das necessidades reais de uma família, cresce a pressão por políticas públicas que garantam segurança alimentar e reajustes mais coerentes com a inflação da cesta básica — que, como mostram os dados, vai muito além do IPCA.


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